sábado, 29 de novembro de 2014

ALIMENTAÇÃO ORGÂNICA - CLAUDIA VILAÇA NO SITE DICAS DE MULHER - EU SOU O QUE EU NÃO COMO (2)


DEPOIMENTO sobre ALIMENTAÇÃO ORGÂNICA para o site DICAS DE MULHER

Alimentação orgânica: guia completo para comer bem sem gastar muito

por Tais Romanelli, 29/11/2014

Claudia Vilaça, advogada, tem 52 anos e vive à base de alimentação 100% natural (paleo) e orgânica. Hoje é atleta campeã internacional de fitness, além de representante no Brasil da INBA International Natural Bodybuilding Association e embaixadora mundial do esporte natural (sem drogas).
Mas nem sempre foi assim… Claudia conta que até os 46 anos era completamente sedentária e vivia à base de alimentos altamente processados e suplementos sintéticos de vitaminas, minerais, colágeno e proteínas. “Tudo levava corantes, conservantes, adoçantes e aromatizantes artificiais, gorduras trans, açúcar, sódio, além de diversos ingredientes misteriosos e aditivos de nomes complicados que eu não tinha a menor paciência de verificar nos rótulos. Também consumia grande quantidade de produtos de farinhas refinadas, refrigerantes e álcool”, diz.
Claudia diz ainda que consumia remédios, muitos remédios! “Era remédio para dor de cabeça, que não adiantava nada, pois a enxaqueca era a minha mais fiel companheira de todas as horas do dia e da noite. Remédio para irregularidades menstruais e para a síndrome de ovários policísticos. Remédio para unhas fracas e queda de cabelos. Remédio para dermatites. Remédios para cãibras e para retenção de líquidos. Fórmulas e tratamentos para celulites, flacidez intensa e gordura localizada. Shakes e fitoterápicos para aliviar os sintomas do que eu pensava já ser a chegada da menopausa”, relata.
Mas, de acordo com Claudia, tudo era em vão. “Eu continuava me sentindo péssima, fraca, inchada, sempre cansada e com sono, sempre com fome ou compulsão por massas e doces, sem ânimo nem energia para nada”, comenta.

Claudia Vilaça, 52, atleta e advogada. Fotos: Lailson Santos

Hoje, a atleta diz que se dá conta de que não comia comida de verdade. “Entre uma infinidade de pães, massas, pizzas, bolos, frituras e pratos comprados prontos, molhos, latarias, conservas, salgadinhos e guloseimas, raramente havia espaço para uma salada fresca e um simples pedaço de carne, peixe, frango ou ovos”, diz.
Claudia decidiu então praticar atividades físicas e as coisas foram mudando, aos poucos. “Passei a consumir mais proteínas in natura para suportar os treinos, abandonei a garrafa de vinho que tomava – inteira – toda santa noite e as dezenas de canecas de café com adoçante do resto do dia, e, principalmente, assumi a compra dos ingredientes, o planejamento e o preparo das minhas refeições. Quer dizer, em vez do setor de embutidos e de pratos congelados e das prateleiras repletas de caixas, vidros, latas e embalagens em geral, fui para o outro lado do supermercado, escolher os ovos e o frango sem antibióticos, o peixe selvagem, a carne de animais criados no pasto, os vegetais sem agrotóxicos, o óleo de coco orgânico e o azeite de oliva extravirgem, o sal marinho não refinado, a água mineral alcalina sem adição de cloro e de flúor. Fui para a feira e para a cozinha, para variar”, relata.
À medida que os novos hábitos iam se instalando, a saúde, o humor e o estado geral sofreram uma drástica transformação, uma revolução silenciosa e diária, e Claudia diz ter se tornado “outra pessoa”.
Tornei-me uma mulher mais jovem e mais sadia, uma ‘cinquentona’ corajosa e ávida por planos, aventuras e desafios
A atleta conta que, adotando a alimentação 100% natural e orgânica como estilo de vida (ou seja, para sempre e em todos os momentos, sem fazer uma dieta com prazo determinado ou com meta de quilos a perder ou a ganhar ), ela eliminou os corantes, os conservantes e todo o tipo de aditivos e subprodutos da industrialização. “Também reduzi enormemente a ingestão de toxinas, além de substâncias que prejudicam a absorção dos nutrientes, o bom funcionamento da tireoide e a fixação do cálcio, por exemplo. Sem transgênicos, sem vitaminas sintéticas, sem remédios, sem venenos. Sem pílulas, sem pós, sem shakes, sem suplementos. Absolutamente sem drogas”, destaca.
Apenas com comida natural de qualidade, água e um pouco de sol para os ossos, Claudia relata que adeus às dores, ao cansaço, aos problemas hormonais, ao desânimo e à falta de energia. “Despedi-me dos remédios e dos suplementos. Tornei-me uma mulher mais jovem e mais sadia, uma ‘cinquentona’ corajosa e ávida por planos, aventuras e desafios”, diz.

Vale a pena investir nesse tipo de alimentação?

Em geral, os orgânicos são mais caros que os produtos não orgânicos. “Porém, quando se compara os preços, a gente percebe que consumir carnes, gorduras e vegetais in natura – orgânicos ou não – sai muito mais barato do que consumir produtos industrializados, como pães, doces, sorvetes, biscoitos e barrinhas, cereais matinais, iogurtes e bebidas lácteas, sopas prontas, sucos, lazanha congelada, nuggets, batata frita e salgadinhos, queijos, salsicha, salame, mortadela, conservas de ervilha, milho, tomate etc.”, comenta Claudia.
Com relação aos alimentos in natura não orgânicos – frutas e legumes, carnes e gorduras – serem mais baratos do que os orgânicos, Claudia acredita que é importante considerar o preço que se paga com a própria saúde e qualidade de vida.
“O Brasil é um dos maiores consumidores de agrotóxicos do mundo, essas substâncias têm efeito cumulativo e vão minando o organismo. Animais ‘bombados’, confinados e criados à base de ‘aceleradores de crescimento’ e ‘melhoradores de desempenho’, antibióticos e rações não apropriadas à espécie. Peixes de cativeiro que recebem hormônios para mudar de sexo e adquirir mais peso e, assim, maior valor de venda. Sal refinado iodado com adição de alumínio e agentes branqueadores. Soda cáustica, água sanitária, chumbo, mercúrio, arsênico adicionados às rações das aves”, comenta a atleta.
Para Claudia, tudo isso que se anuncia na televisão e nas revistas, que se compra e se consome no dia-a-dia, desencadeia alergias, doenças autoimunes e degenerativas, dependências químicas e compulsões, depressão e síndromes, demência, tumores e o extenso rol de “males da vida moderna”, que podem ser evitados, tratados e superados com a simples adoção de uma dieta natural e sem venenos.

Dicas para adotar uma alimentação mais natural

Claudia dá algumas sugestões para quem pretende aderir a uma alimentação mais natural e orgânica sem gastar muito.
  • Procure sempre pelos produtos in natura e por prepará-los em casa. Ou seja, evite ao máximo os alimentos processados, mesmo os orgânicos, como pães, biscoitos, doces, molhos, sucos, embutidos e pratos prontos. “Resumindo:alimentos naturais (não processados, não industrializados), sempre. Alimentos naturais e orgânicos, quando possível”, diz.
  • Fora de casa é comum a opção de um restaurante por quilo ou prato feito, com uma fonte de proteínas (carne, peixe, frango, ovo) e salada e vegetais, como mandioca, inhame, cará etc. “Também os itens da culinária local costumam ser mais acessíveis, fora dos grandes centros urbanos”, acrescenta Claudia.
  • Os vegetais orgânicos não são tão mais caros que os não orgânicos e consumi-los é bem mais seguro. “Entre os orgânicos, verduras de folhas, tomate, pimentão, legumes e frutas que tendem a acumular resíduos na casca ou que sabidamente absorvem maior quantidade de agrotóxicos são itens pelos quais vale a pena pagar um pouco mais”, diz.
  • Se o orçamento não permitir a compra de vegetais orgânicos, escolha na feira do bairro a alface, a couve, a escarola mais fresquinha; lave as verduras muito bem e as deixe por uma hora na saladeira de barro antes de consumir. “Aproveite e coloque na sacola chuchu, abobrinha, cenoura e repolho para refogar com a carne moída de segunda, que é saborosa e sacia mais”, acrescenta Claudia.
  • Se não pode ou não quer gastar muito, use carne de segunda ou de terceira em picadinhos ou preparados na panela de pressão. “Músculo, acém, costela são cortes baratos e rendem refeições deliciosas”, comenta a atleta.
  • O mesmo vale para aves, ovos, peixes e outros animais. Se não puder comprar o orgânico, opte pelo caipira. “Use todas as partes da galinha, do porco e do peixe, e não apenas as mais ‘nobres’”, sugere.
  • Quem puder pescar ou tiver a disponibilidade de peixes não criados em cativeiro já faz uma boa economia e se alimenta muito bem, sem recorrer a enlatados e produtos industrializados.
  • Vísceras ou miúdos e órgãos internos, como moela, fígado, língua, bucho e coração contêm proteínas, gorduras, vitaminas e minerais importantes, não são caros e rendem bastante.
Com todas essas dicas fica muito mais fácil aderir à alimentação orgânica sem gastar muito e, com certeza, bons motivos para isso não faltam!
Mas, se não for possível comprar sempre alimentos orgânicos, não se esqueça de optar sempre, pelo menos, pelos alimentos naturais (não processados, não industrializados). Além de mais saudáveis, eles têm a vantagem de oferecer, de forma geral, preços melhores!